Amigo do Patrimônio – 1ª Edição

Ponta Grossa, 20 de dezembro de 2016

A Associação de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural – APPAC – vem por meio da homenagem “Cidadão Amigo do Patrimônio” reconhecer e valorizar o trabalho de pessoas que têm se destacado nessa área de atuação. A homenagem do ano 2016 será destinada ao Sr. Elton Cunha Doná, Engenheiro Civil, formado pela Faculdade de Engenharia da Fundação Educacional de Bauru (atual UNESP), e com ampla atuação na preservação patrimonial, tanto através de sua participação como conselheiro de órgãos públicos quanto na sua trajetória pessoal. Em sua carreira, atuou como Sócio Diretor Técnico da empresa Projecon Engenharia Civil Ltda, executando inclusive obras da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. Também é docente aposentado da Universidade Estadual de Ponta Grossa, alocado no Departamento de Engenharia Civil (desde 1976), e foi conselheiro do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural – COMPAC como representante da UEPG. Além disso, atuou voluntariamente na administração da reforma da sede da Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, um bem tombado, e em 2003 tornou-se proprietário da fazenda onde ficava localizada a extinta Cerâmica São Sebastião, no Distrito de Guaragi.

Foi unânime dentre os membros da APPAC a concordância com o nome do Sr. Elton Doná na primeira edição dessa Homenagem. Além da descrição do trabalho de preservação realizado pelo mesmo na Cerâmica São Sebastião, contatamos algumas pessoas relacionadas ao sr. Elton, para que todos pudessem conhecer melhor nosso homenageado.

Agradecemos ao sr. Elton Doná pela atuação em prol da preservação do patrimônio. Sua forma de pensar e agir reflete os princípios da APPAC, que preza pelo reconhecimento e valorização patrimonial, acima de tudo, pelos membros da comunidade. Acreditamos que com mais pessoas atuando com o sr. Elton, com cidadania e respeito em relação à nossa história e memória, será mais simples e eficaz a preservação dos nossos bens.

“Em relação ao trabalho de preservação dos resquícios da Cerâmica São Sebastião, diversos aspectos devem ser ressaltados. A Cerâmica foi posta em funcionamento na década de 1950 a partir da disponibilidade de matéria prima existente no local que proporcionava a fabricação de tubos cerâmicos, telhas e tijolos. Além das instalações industriais também continha uma vila operária, uma escola, uma mercearia e uma igreja. Toda essa estrutura denota a importância local da Cerâmica e o número abrangente de pessoas que trabalharam e moraram ali. No final da década de 1990 o funcionamento da fábrica foi encerrado e logo após o Sr. Elton adquiriu a propriedade. Nessa ocasião a área estava com muitos entulhos e as edificações comprometidas. Para o Sr. Elton era de vital importância manter a identidade histórica do local e iniciou-se um longo trabalho de limpeza, reformas e restauro das edificações que haviam restado. Sua decisão envolveu a preservação de algumas chaminés da antiga fábrica, da igreja de alguns galpões. A preservação da Cerâmica São Sebastião representa ao Patrimônio Cultural da região dos Campos Gerais a existência de um sistema fabril, da arquitetura industrial, das relações sociais do trabalho e da história regional de uma maneira ímpar. Atualmente a propriedade carrega em seu nome aquilo que é a referência de sua identidade, Fazenda Kauixi, em dialeto indígena Cerâmica“.

Cristiana Ferreira Schilder, mestre em história pela UEPG.

 

“Conheço o Elton desde que foi meu professor na UEPG, em 1976. Pessoa de alto astral constante, sempre distribuindo boas energias às pessoas. Quando comecei minha carreira docente e nos tornamos colegas do DENGE, percebi que ele sempre procurava o lado bom do comportamento pessoal e acadêmico dos alunos: as críticas construtivas nunca se sobrepunham ao incentivo às potencialidades das pessoas. Como parceiro de obras, trabalhamos juntos no Centro de Hemodiálise da Santa Casa, eu como construtor, representando a Unisul, ele como fiscal da obra. Apesar de representar a Santa Casa filantropicamente, sempre agiu com extrema transparência, diálogo e responsabilidade em relação ao edifício”.

Nelson Luiz Madalozzo, engenheiro civil e docente aposentado DENGE-UEPG.

 

“Atuamos juntos como conselheiros do COMPAC, e em suas intervenções, sempre participou com critério e responsabilidade, contribuindo para a preservação do patrimônio cultural e natural da nossa cidade. Considero a homenagem prestada ao Elton como extremamente justa. O Elton é uma pessoa íntegra e um sério profissional”.

Maria Angela Pilatti, ex diretora de Patrimônio Cultural da PMPG.

 

“Elton e eu nos conhecemos desde que moramos juntos em uma república durante a faculdade. Desde aquela época, Elton sempre foi uma pessoa de extremo alto astral. Lembro quando arranjamos uma radiola. O dia inteiro havia música naquela casa, e o Elton batucando a lapiseira para acompanhar o ritmo da música. Quando nos tornamos colegas de Departamento, ambos professores do DENGE UEPG, lembro-me do entusiasmo com que o Elton representava a UEPG nos conselhos, como o COMPAC”.

Carlan Zulian, engenheiro civil e docente aposentado DENGE-UEPG.

 

Confira algumas fotos da premiação!

Créditos das fotos: Angelo Rocha e Matheus Pileggi – Lente Quente (2016).

 

Confira a reportagem da Rede Massa sobre a premiação!