Profissionais apresentam fragmentos da história de Ponta Grossa no PG Memória

Mais de 20.000 peças encontradas na restauração do Museu Campos Gerais e cadernos pessoais de antigo prefeito refletem a memória da cidade

Processo de restauração do Museu Campos Gerais (MCG) e o que cadernos de memória do historiador, professor, bacharel em Direito e político Brasil Pinheiro Machado foram os assuntos que a APPAC trouxe no segundo dia do PG Memória. Com palestras dirigidas a um público leigo, as palestrantes Letícia Leal de Almeida e Kathleen C. Andrade Biassio destacam aspectos que representam a cultura de Ponta Grossa na tarde de quinta-feira (17). 

A primeira palestra do dia foi da pesquisadora Letícia Leal, que abordou “Memórias e Relações Familiares a partir dos Cadernos do Historiador Pontagrossense Brasil Pinheiro Machado”. Ao falar do historiador e político nascido em Ponta Grossa no ano de 1907, a historiadora apresenta como o conteúdo que ele escreve sobre suas vivências retrata a cidade. Ela destaca trechos retirados dos registros de memória de Pinheiro Machado entre 1964 e 1973, com enfoque na influência que as tradições familiares tinham em sua vida pessoal, gerando preocupações diante da saída dele da cidade. 

As relações do político com o município são exploradas por Letícia, que destaca como os cadernos pessoais dele mostraram as relações entre fazendeiros na época de desenvolvimento agrário dos Campos Gerais. Além disso, a apresentação trouxe momentos em que o antigo prefeito pontagrossense se sentia dividido entre o “ser historiador” e o “ser político”. As reflexões do historiador mostram, dessa forma, fragmentos da história de Ponta Grossa. 

Ademais, outros elementos que contribuem para a memória da cidade são as mais de 20.000 peças encontradas por meio do processo de arqueologia solicitado na restauração do Museu Campos Gerais, além do próprio edifício ser um elemento histórico. Kathleen Biassio, arquiteta responsável pela restauração, apresentou detalhes do processo desde o tombamento, quando explicou o significado simbólico que o edifício do MCG tem para a cidade, os princípios do restauro, a tecnologia construtiva e a identificação e correção de danos específicos, como troca de dobradiças e fechaduras. 

Ao solicitar o trabalho da arqueologia, que a princípio seriam 20 horas e se tornaram 8 meses, foram descobertas peças como louças, ossos, objetos que provavelmente eram materiais indígenas, colheres e conchas. Todos esses elementos, além da restauração de um edifício que materializa a cultura, refletem a sociedade pontagrossense ao longo de décadas. 

Além dessas palestras, ocorre amanhã (18), às 11h, a palestra “A Arquitetura é o Álbum de Família da Cidade: A História da Arquitetura de Ponta Grossa”, da arquiteta Gabriela Kratsch Sgarbossa. No evento, de tema Álbum de Família, está também um stand da APPAC denominado Receitas de Família. O PG Memória, realizado pela Prefeitura, ocorre até sábado (19) no Lago de Olarias. 

Texto e fotos por Cassiana Tozati